sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Revista VEJA publica que as Escolas Adventistas estão entre as melhores do país

Em sua edição de número 2025, do dia 12 de setembro, a revista VEJA publicou uma matéria na qual afirma com argumentos e números que a rede educacional adventista vem crescendo de forma vertiginosa, chegando a usar a expressão “o fenômeno adventista”. No texto, de autoria de Marcos Todeschini, é mencionado que a rede apresenta a teoria criacionista aos seus alunos.
Segundo o líder de Educação da Igreja Adventista para a América do Sul, professor Carlos Mesa, “a matéria enalteceu a educação adventista e ressaltou nosso diferencial, o criacionismo. É nisto que cremos e é isto que temos que ensinar. Temos que deixar isto bem claro a toda sociedade”. Em um trecho da reportagem, a diretora de uma das escolas adventistas, Ivany Queiroga da Silva, explica como o assunto é apresentado aos alunos: "Deixamos claro nosso ponto de vista, criacionista, mas damos a chance de os alunos conhecerem os dois lados. Respeitamos todos os nossos clientes. Além disso, eles precisam conhecer Darwin para passar no vestibular".

Analisando a publicação, o líder de Comunicação da Igreja para a América do Sul, pastor Edson Rosa, menciona que “quando uma revista de grande circulação nacional e formadora de opinião como a revista VEJA, destaca a educação adventista, mostrando os seus valores e diferencial criacionista, é uma demonstração de que estamos cumprindo com o nosso papel como Igreja Adventista do Sétimo Dia, em reconhecer a Deus como Criador”.

Leia, a seguir, a íntegra da reportagem:

Graças a Deus – e não a Darwin

As escolas adventistas aparecem entre as melhores do país, mas ainda sobrepõem o criacionismo à teoria da evolução.

O ensino religioso remonta aos primórdios do Brasil colonial. Foram os padres jesuítas, patrocinados pela coroa portuguesa, os fundadores de algumas das primeiras escolas brasileiras no século XVI. A educação, no Brasil de então, se prestava basicamente a disseminar o catolicismo e arrebanhar fiéis. Nos séculos seguintes, outras ordens religiosas vieram movidas pelo mesmo propósito: elas esparramaram tantas escolas pelo país que, juntas, chegaram a concentrar 80% das matrículas do ensino médio nos colégios particulares, como revela um censo do início do século XX. Reinaram sem concorrência na elite do ensino até a década de 60, quando uma leva de escolas privadas começou a lhes roubar espaço, e elas tiveram de se reformular pela primeira vez para sobreviver aos novos tempos. Foi aí que os colégios confessionais se aproximaram dos laicos, ao se tornar menos doutrinários e desobrigar os estudantes de velhos hábitos, como ir à missa ou comungar. A segunda mudança nessas escolas é recente, e está sendo impulsionada por outro fenômeno de mercado: o surgimento de grupos privados de ensino, mais profissionais na gestão e tão ou mais eficientes nos resultados acadêmicos. Resume o especialista Claudio de Moura Castro: "Ninguém mais matricula o filho numa escola só porque ela ensina religião, como ocorria antes, mas, sim, por oferecer um conjunto de bons serviços".

É justamente nesse quesito que muitas das escolas confessionais têm falhado, segundo mostra uma nova pesquisa sobre o assunto. De acordo com os dados do Ministério da Educação (MEC), as matrículas nos colégios católicos chegaram a cair 20% ao longo da última década. Estabilizaram-se, mas hoje não saem do lugar. O trabalho revela que, no mesmo período, crescia a um ritmo surpreendente um outro tipo de escola religiosa: os colégios comandados pelos adventistas, egressos de um ramo protestante dos mais tradicionais da igreja evangélica. O fato chamou a atenção dos especialistas. Já são 318 dessas escolas no país, com 37% mais alunos do que dez anos atrás. Elas sobressaem em meio a milhares de outras não só porque proliferam rapidamente, mas também por seu bom nível acadêmico, aferido por medidores objetivos: algumas das escolas adventistas já aparecem entre as melhores do país nos rankings de ensino do MEC.

Aulas diárias de religião na pré-escola:
antes de aprender a ler, as crianças
já sabem de cor as histórias do Velho Testamento


Os especialistas são unânimes em afirmar que um dos fatores que impulsionam essas e as outras escolas religiosas que dão certo no Brasil são valores que os pais acreditam ver nelas reunidos. É algo difícil de mensurar, mas foi bem mapeado por uma nova pesquisa que ouviu 15 000 pais de estudantes brasileiros de colégios religiosos. Ao justificarem sua escolha por uma escola confessional, eles foram específicos: acham que esses colégios são mais capazes de difundir valores "éticos", "morais" e "cristãos" (mesmo que eles próprios não sejam seguidores de nenhum credo). Um exemplo concreto do que agrada aos familiares, no caso das escolas adventistas: o incentivo local ao convívio das crianças com a natureza. Em vários dos colégios, cachorros transitam livremente pelas salas de aula e, num deles, o contato estende-se ao Pequeno Éden, um pátio por onde perambulam pôneis e galinhas. Em Embu das Artes, cidade de São Paulo onde fica a escola que sedia o tal "Éden", a diretora explica que a idéia é reproduzir o "clima do paraíso".

A estudante Ludmila Balestra:
como ela, 70% dos alunos
nos colégios adventistas
não seguem a religião



O que também agrada a pais de todos os credos são as regras conservadoras ali aplicadas, entre elas a proibição de brincos e colares, para as meninas, e cabelo comprido, para os meninos. "Quero minha filha num ambiente onde se cultivem a disciplina e os bons hábitos", resume a secretária Vanda Balestra, mãe de Ludmila, de 16 anos. A jovem é católica e compõe o grupo dos 70% de estudantes matriculados em escolas adventistas que não seguem a religião.

Em sala de aula, onde se acompanha o currículo do MEC, são basicamente dois os momentos em que essas escolas se diferenciam das demais. O primeiro é nas classes de religião, muitas vezes diárias, durante as quais são entoados, com vigor fora do comum, cantos bíblicos como "A Bíblia é palavra de vida / Um canto de amor que Deus escreveu para mim" e crianças de 4 anos, como a pequena Larissa Conrado, manuseiam a versão infantil do Velho Testamento. Outra diferença aparece nas aulas de ciências, nas quais os estudantes são apresentados, sem nenhuma espécie de visão crítica, à explicação criacionista do mundo, segundo a qual homens e animais foram criados por Deus, tal como está na Bíblia. Esse, sim, é um evidente atraso. Historicamente, o criacionismo vigorou no meio acadêmico até o século XIX, quando foi superado pela teoria da evolução de Charles Darwin, que pela primeira vez esclareceu a origem dos seres vivos com base em evidências científicas. Em escolas de estados mais conservadores nos Estados Unidos, ainda hoje o criacionismo predomina – e Darwin é banido do currículo. No caso dos colégios adventistas brasileiros, as crianças aprendem as duas versões. A diretora de uma das escolas, Ivany Queiroga da Silva, explica como a coisa funciona: "Deixamos claro nosso ponto de vista, criacionista, mas damos a chance de os alunos conhecerem os dois lados". Por quê? "Respeitamos todos os nossos clientes. Além disso, eles precisam conhecer Darwin para passar no vestibular."



Esse pragmatismo dos adventistas é outro fator que ajuda a explicar o sucesso de suas escolas. Enquanto muitos dos colégios católicos ainda são administrados de modo mais antiquado, tal qual um século atrás, os adventistas implantaram um novo conjunto de medidas para profissionalizar a gestão. Do primeiro colégio, inaugurado em 1896 na cidade de Curitiba, foi-se das aulas dadas por pastores no quintal da igreja às atuais unidades, nas quais diretores freqüentam cursos superiores de administração escolar e os melhores professores recebem bônus no salário. Reconhecidos pelo mérito, eles rendem mais em sala de aula – algo básico, mas ainda raro no Brasil. Para traçarem seu plano de expansão, os adventistas, que já são donos de seis universidades e uma editora de livros didáticos, também não hesitaram ao contratar consultores para definir "as demandas do mercado". Foi decisivo para saber onde abrir novas unidades. Em 2008, eles pretendem inaugurar uma universidade e mais vinte escolas.

Conclui o professor Orlando Mário Ritter, um dos diretores da rede adventista: "Para nós, encarar a educação como negócio não é sacrilégio. Estamos, afinal, no século XXI". Falta ainda a essas escolas, no entanto, entender que o criacionismo foi superado pela ciência há mais de um século.


Reação dos leitores de VEJA

Na revista Veja desta semana (19/9) foram publicados oito comentários sobre a matéria "Graças a Deus - e não a Darwin". Leia-os a seguir:

"Eu e minha esposa estamos muito satisfeitos com a educação que nossos filhos têm recebido por mais de uma década em escolas adventistas. Sobre a controvérsia entre criacionismo e evolucionismo, por se tratarem ambos somente de modelos teóricos explicativos, e não de fatos científicos comprovados, achamos que todas as escolas, e não só as adventistas, deveriam abordar as duas explicações." - Almir Augusto de Oliveira , São Paulo, SP

"Fui menino de rua abandonado pela mãe, não tinha nenhuma estrutura familiar. Tive o maior prazer em estudar em escola adventista. Aprendi princípios valiosos para a minha formação. Muito mais que um desenvolvimento acadêmico, recebi uma formação que me fez cidadão útil e realizado. Aprendi a desenvolver as colunas do caráter para amar a vida. Parabéns pela linda reportagem." - Lauro Crescêncio, Apucarana, PR

"Se a evolução realmente houvesse superado o criacionismo pela ciência por meio de evidências indiscutíveis, ela não seria ainda apenas uma teoria, e sim uma lei. Talvez haja certa prepotência de grande parte dos cientistas em colocá-la como uma verdade fundamental." - Bruno de Azevedo Lourenço, Wakefield, MA, EUA

"É salutar que em nossos dias tenhamos a segurança de que nossos filhos estejam em ambientes educacionais que priorizem valores éticos, morais e cristãos, independentemente do credo religioso que professemos. O Brasil e o mundo nunca precisaram tanto de homens e mulheres que não se vendam, que permaneçam firmes, leais. Homens e mulheres fiéis a sólidos princípios, assim como a bússola o é ao pólo. Certamente colheremos os frutos de uma educação melhor e, conseqüentemente, de um país com oportunidades mais igualitárias." - Cláudia Marchesin, pedagoga e especialista em educação infantil, Itabuna, BA

"Como pai de dois alunos da educação adventista, sinto-me no compromisso de manifestar meu apreço pela matéria da revista Veja. Acredito que todo pai que deseja a melhor educação para os filhos verá que não dar ênfase às teorias de Darwin não desmerece em nada o processo educacional com que a rede adventista tem trabalhado nos 110 anos de sua existência. A cada dia que chego em casa e converso com meus filhos, tenho a certeza da escolha acertada que fiz pela escola adventista. Vejo meninos responsáveis por seu uniforme e por suas tarefas, preocupados com o desempenho escolar, animados com a programação diversificada que a escola oferece e com o trabalho de seus professores. Vejo que essas pequenas coisas farão deles no futuro homens capazes de escolhas acertadas e profissionais responsáveis e proativos. Parabéns, Veja; parabéns, educação adventista." - Giovani Pacheco Costa, Curitiba, PR

"Estudei a vida inteira no Colégio Adventista, que, embora tenha todo um enfoque religioso, em nenhum momento o impõe aos alunos. Em outras épocas (e colégios), a teoria criacionista seria imposta. O Colégio Adventista nos mostra suas convicções sem deixar de abordar o outro lado. Fora isso, a instituição se destaca pelo trato com os alunos e com os pais. Os funcionários nunca perdem a gentileza, a cordialidade. Estão sempre dispostos a ouvir quem os procura. E o exemplo deles serve para moldar o caráter das crianças deixadas sob sua guarda." - Danielle Gazapina, Florianópolis, SC

"Eu e minha esposa estudamos em escolas adventistas. Ambos passamos no vestibular na primeira tentativa, sem cursinho, e nos formamos com louvor, sem atrasos. Nossa filha, estudante de escola adventista desde a infância, cursa engenharia na UFRJ, onde também passou na primeira tentativa, sem cursinho. Isso revela uma verdade explícita e outra implícita na reportagem de Veja: primeiro, o ensino adventista é, de fato, de alta qualidade; segundo, os altos índices de aprovação de seus alunos em vestibulares comprovam que eles aprendem suficientemente as idéias evolucionistas." - Roberto de Oliveira Souza, Rio de Janeiro, RJ

"A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional estabelece que os alunos devem criticar objetivamente as teorias científicas como constructos humanos de representação aproximada da realidade, que essas teorias estão sujeitas a revisões e até a descarte e que o ensino médio tem entre suas finalidades habilitar o educando a ser capaz de continuar aprendendo, a ter autonomia intelectual e pensamento crítico. Fui professor de história num colégio adventista em Florianópolis e hoje sou editor na Casa Publicadora Brasileira (editora adventista), por isso posso garantir que tanto nas aulas quanto em nossos livros didáticos cumprimos o que recomenda a LDB, uma vez que estimulamos o pensamento crítico dos alunos ao apresentar-lhes os dois modelos das origens e permitir que façam comparações e identifiquem as insuficiências epistêmicas do darwinismo." - Michelson Borges, jornalista e editor na Casa Publicadora Brasileira, por e-mail.

NOTA: Segundo a Dra. Marcia Oliveira de Paula, professora de Biologia no Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), “a teoria da evolução deve ser ensinada nas escolas, já que essa teoria é aceita pela comunidade científica atualmente para explicar as origens. Porém, o aluno deve ser esclarecido sobre as bases da teoria e sobre suas limitações. O estudante deve conhecer a teoria da evolução, mesmo que decida não se posicionar a favor dela”.

As escolas adventistas fazem isso. Mas a revista Veja, em sua reportagem “Graças a Deus – e não a Darwin”, de Marcos Todeschini e Camila Antunes (edição de 12/09/07), apesar de reconhecer que “algumas das escolas adventistas já aparecem entre as melhores do país nos rankings de ensino do MEC”, sugere que há certo obscurantismo por parte do sistema educacional adventista, pelo simples fato de ali se ensinar de acordo com a LDB!

A Dra. Marcia garante que seus alunos aprendem todo o conteúdo de evolução como em qualquer outra universidade. "Nas aulas de Evolução eu não ensino criacionismo. Ensino evolução de forma crítica. Ou seja, discutimos os pontos fortes e fracos da teoria. Os alunos do Curso de Ciências Biológicas do Unasp têm, além da disciplina Evolução, duas disciplinas denominadas Ciência e Religião e Ciência das Origens (2h semanais cada). Nessas disciplinas se discute a interação entre ciência e religião, sendo feita uma comparação crítica entre as especulações da ciência sobre as origens com as idéias da visão de mundo teísta cristã.” Ela diz ainda que “temos questionamento de ambas as partes, tanto de alunos que se consideram criacionistas como dos que se consideram evolucionistas. Por outro lado, há espaço nas aulas de Ciências das Origens para que eles possam também questionar o criacionismo”.

Mesmo assim, numa evidente demonstração de desconhecimento de causa, os autores do texto da Veja afirmam que “os estudantes são apresentados, sem nenhuma espécie de visão crítica, à explicação criacionista do mundo, segundo a qual homens e animais foram criados por Deus, tal como está na Bíblia”. E sentenciam: “Esse, sim, é um evidente atraso.”

Veja reconhece também que "são 318 dessas escolas [adventistas] no país, com 37% mais alunos do que dez anos atrás [em contraste com a estagnação da rede educacional católica]. Elas sobressaem em meio a milhares de outras não só porque proliferam rapidamente, mas também por seu bom nível acadêmico". Segundo especialistas consultados pela revista, "um dos fatores que impulsionam essas e as outras escolas religiosas que dão certo no Brasil são valores que os pais acreditam ver nelas reunidos. É algo difícil de mensurar, mas foi bem mapeado por uma nova pesquisa que ouviu 15.000 pais de estudantes brasileiros de colégios religiosos. Ao justificarem sua escolha por uma escola confessional, eles foram específicos: acham que esses colégios são mais capazes de difundir valores 'éticos', 'morais' e 'cristãos' (mesmo que eles próprios não sejam seguidores de nenhum credo)". Tanto é que, segundo a reportagem, 70% dos estudantes matriculados em escolas adventistas não seguem a religião.

Veja não perde a chance de incensar Darwin, ao afirmar que "historicamente, o criacionismo vigorou no meio acadêmico até o século XIX, quando foi superado pela teoria da evolução de Charles Darwin, que pela primeira vez esclareceu a origem dos seres vivos com base em evidências científicas".

A afirmação é exageradamente triunfalista e, em seu blog Desafiando a Nomenklatura Científica, o coordenador do Núcleo Brasileiro de Design Inteligente, Enézio de Almeida Filho, tece o seguinte comentário:
"Apesar de a teoria da evolução de Darwin ser aceita a priori entre os cientistas para explicação da origem e evolução da vida, ela não é assim uma 'Brastemp' cientificamente. Darwin não esclareceu a contento 'a origem dos seres vivos com base em evidências científicas', tanto é que discutimos desde 1859 até hoje a vera causa do mecanismo evolutivo. [Dizem que a evolução é um fato], mas não sabemos até hoje o que provoca esse processo evolutivo.

"Todeschini e Antunes nunca leram o Origem das Espécies. Se tivessem lido, saberiam que Darwin com as suas múltiplas especulações transformistas lidou mais com variações, tanto que o livro mereceria melhor o título de Origem das Variações. Segundo Ernst Mayr, o último papa evolucionista, o livro é muito confuso e não explica o que se propôs: a origem das espécies."

A matéria de Veja também diz que "em escolas de estados mais conservadores nos Estados Unidos, ainda hoje o criacionismo predomina – e Darwin é banido do currículo". Mas Enézio contesta: "Todeschini e Antunes generalizaram demais, e não identificaram as escolas e nem tampouco os 'estados conservadores'. Darwin continua sendo ensinado nas escolas americanas até nesses estados 'mais conservadores' por força de decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos no fim da década de 1980."


Veja perdeu a chance de publicar uma reportagem neutra e puramente informativa, nos moldes do bom jornalismo. Então, só nos resta esperar a próxima.

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